03 setembro 2006

Logs: as evidências da vida moderna


Amigo do blog apareceu no msn hoje, falando que seu namorado estava praticando inglês nas horas vagas. Na verdade, era uma ironia. Queria me falar que o namorado estava de papos com uma outra pessoa e a conversa, num inglês "assim-assim", tinha ficado salva no log. Esse papo dá margens para várias interpretações e vários questionamentos sobre as evidências desta vida moderna. Até que ponto um log gravado de um desconhecido, ainda mais do outro lado do mundo, pode abalar uma relação? Até que ponto deve ser "proibido" esse tipo de escapes na internet? Já me perguntei diversas vezes sobre o assunto e não consegui chegar a uma resposta ideal.

A minha resposta, para o caso dele apenas, foi: até que ponto você confia no seu namorado e está disposto a aguentar esse tipo de situação? Neste e em todos os outros casos, para mim, a conversa é a melhor saída. Foi o que ele fez. Antes, porém, questionei o dito sobre um outro assunto, que também termina sendo pulga para mim. A privacidade. Um desmarca a caixa que salva logs, o outro vem e marca. E assim fica nessa perseguição, lendo tudo e interpretando da forma que bem quer. Já me peguei fazendo isso algumas vezes - com relação às mensagens de celular. Mas desencanei, depois de uns estresses desnecessários (um pouquinho). Acho que a confiança é algo que vem de graça. O medo de levar um chifre acaba movendo mais uma relação do que o que de fato deveria: a lealdade, o companheirismo e tantas outras coisas.

Fechando esse caso: um conversou com o outro. O outro caiu nos prantos e disse que não falou antes para não aborrecer. E que entendia perfeitamente o quanto ele estava chateado, porque em situação contrária também estaria. Choro daqui e choro de lá... Amanhã eles estarão bem, procurando novos indícios para que as coisas tenham um pouco mais de emoção. A nós, os amigos, nos basta ouvir sem tomar posições radicais, afinal, cada um sabe onde o calo aperta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais um post excelente. Só discordo no que se refere ao mérito da confiança. Para mim, desconfiada nata, ela se conquista e não se ganha de mão beijada. Acho absurdo monitorar as pessoas que se gosta, principalmente por meio de pegadinhas como a de salvar logs. A viver na neura, melhor estar sozinha. Pelo menos não contamina a paz de terceiros.